O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, expressou duras críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Segurança Pública, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Mendes, a proposta é apenas uma medida paliativa e não aborda de forma eficaz o combate ao crime organizado no Brasil.

A PEC, elaborada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, busca maior integração entre as forças de segurança e prevê medidas como a criação de um fundo nacional de segurança pública, sem possibilidade de contingenciamento, e uma polícia ostensiva federal, baseada na atual Polícia Rodoviária Federal. Contudo, Mendes e outros líderes estaduais demonstraram ceticismo quanto à eficácia dessas mudanças.

“Embora seja positivo abrir o diálogo sobre segurança pública, a proposta apresentada é superficial. O Brasil precisa de uma reforma estruturante, com ações quentes e profundas, e não de medidas que apenas maquiem o problema”, afirmou o governador.

Para Mendes, as ações previstas na PEC não atacam a raiz da crise de segurança, especialmente no enfrentamento a facções criminosas que dominam várias regiões do país. Ele defendeu mudanças robustas no Código Penal e leis mais severas para coibir a criminalidade.

“O crime organizado é como um câncer no Brasil, a proposta é como dar dipirona para tratar um problema tão grave. Não adianta medidas paliativas que não resolvam a questão. Precisamos de punições mais rigorosas e de uma restrição significativa no sistema de segurança”, destacou.

O governador também criticou o maior controle que a PEC daria ao governo federal sobre a segurança pública, retirando a autonomia dos estados. Ele argumentou que os estados precisam de mais liberdade para legislar sobre punições e implementar estratégias de combate ao crime de acordo com suas realidades locais.

Mauro Mendes concluiu enfatizando a necessidade de uma abordagem mais quente para enfrentar o avanço do crime organizado no Brasil. “Se não tivermos coragem para enfrentar essa questão, o crime continuará a protagonizar cenas de violência e desrespeito ao estado brasileiro diariamente”, finalizou.