O meteorologista Luiz Carlos Molion, renomado pesquisador climático, afirma que o Oceano Atlântico desempenhará um papel determinante no regime de chuvas no Brasil em 2025. Segundo o especialista, o aquecimento excepcional do Atlântico, com temperaturas até 2°C acima da média em algumas áreas, será o principal fator para a distribuição das precipitações no próximo ano.

De acordo com Molion, o efeito desse aquecimento será sentido especialmente a partir de março, quando a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) se deslocará em direção ao Ceará, marcando o início de um período de chuvas intensas na região. A previsão indica precipitações significativas entre março e abril, com volumes de até 550 milímetros acumulados em algumas áreas do sertão nordestino, como Tauá, entre fevereiro e junho.

O especialista também destaca que o ano de 2025 será marcado por chuvas bem distribuídas, sem extremos climáticos severos. Ele projeta ainda uma década relativamente tranquila em termos de eventos extremos, com secas severas previstas somente para 2034 ou 2035, a menos que fenômenos naturais inesperados, como grandes erupções vulcânicas, alterem o equilíbrio climático global.

As previsões de Molion são animadoras para a agricultura nordestina, especialmente em áreas dependentes do regime de chuvas para o plantio e colheita. No entanto, o meteorologista ressalta a importância de um planejamento estratégico para aproveitar os períodos de maior precipitação e evitar desperdícios de recursos hídricos.

O estudo reforça o impacto do Oceano Atlântico nas condições climáticas regionais e a necessidade de monitoramento constante das condições oceânicas para a elaboração de estratégias eficazes de adaptação e mitigação dos efeitos climáticos.