Os gastos com publicidade do governo Lula (PT), considerando ministérios, bancos e estatais, podem chegar a 3,5 bilhões de reais em 2025, publicou a Folha de S.Paulo.

Os valores, caso se confirmem, devem superar em 1 bilhão de reais o que foi gasto por órgãos federais no final da gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando os contratos somavam cerca de 2,5 bilhões de reais em valores corrigidos pela inflação.

As cifras do último ano da gestão Bolsonaro levavam em conta 83 milhões de reais gastos por Eletrobras e Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), empresas privatizadas em 2022.

Transparência?

Os órgãos ligados ao governo alegam que a expansão dos contratos melhora a transparência e a promoção de informações sobre as políticas públicas.

Contudo, ela ocorre em meio à crescente queda de popularidade de Lula, que, temendo não ser reeleito em 2026, pressiona o governo a mostrar resultado.

Em janeiro de 2025, o petista demitiu Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência para colocar no lugar o marqueteiro Sidônio Palmeira, que tem a tarefa de melhorar a imagem do governo.

A conta de 380 milhões de reais dos Correios

Segundo o jornal, o valor da previsão de gastos com publicidade leva em consideração pelo menos 21 órgãos com contratos já firmados com agências de propaganda ou licitações abertas.

Quatro seleções em andamento somam aproximadamente 700 milhões de reais.

A principal disputa é pela conta de 380 milhões de reais dos Correios.

Depois de deixar de investir em propaganda em 2019, a estatal diz que deseja “reposicionar a marca” por disputar o mercado nacional de encomendas e logística com multinacionais que “investem fortemente em publicidade”.

Quando concluído, o contrato dos Correios será inferior apenas aos do Banco do Brasil, da Secom e da Caixa, que gastam 750 milhões de reais, 562,5 milhões de reais e 468,1 milhões de reais, respectivamente.

A megalicitação da Secom

Em 24 de abril de 2024, O Antagonista revelou que o resultado da megalicitação promovida pela Secom na expectativa de melhorar a popularidade do presidente já era conhecido e que as vencedoras eram agências amigas do PT.

A licitação foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União em 10 de julho após recomendação da área técnica.

Após a saída de Pimenta, o TCU liberou o governo federal a fazer uma nova megalicitação para gestão de redes sociais e serviços de comunicação digital.

Sidônio Palmeira já afirmou que o governo federal pretende fazer uma nova megalicitação para gestão da comunicação digital ainda no primeiro semestre deste ano.