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Durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (14), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, reforçou a intenção do governo em firmar uma parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein para administrar o novo Hospital Central de Cuiabá. A proposta, que será votada ainda esta semana em regime de urgência, prevê um modelo de gestão por meio de Organização Social de Saúde (OSS).
Gilberto destacou o reconhecimento internacional da instituição paulista, considerada a melhor da América Latina e a 22ª no ranking mundial, além de acumular mais de 22 certificações nacionais e internacionais. Hoje, o Einstein já administra 36 unidades de saúde pública em estados como São Paulo, Bahia e Goiás, e poderá iniciar suas operações em Mato Grosso a partir de setembro, caso a proposta seja aprovada.
O secretário também defendeu que o modelo permitirá economia anual de cerca de R$ 50 milhões aos cofres públicos, ao mesmo tempo em que garante maior eficiência na gestão hospitalar. A contratação de profissionais será responsabilidade exclusiva da entidade parceira, com prioridade para trabalhadores do mercado local. Não está prevista a realização de concurso público nem a convocação de candidatos do cadastro reserva da Secretaria de Saúde.
A proposta, no entanto, enfrenta resistência. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) defende que a administração do hospital permaneça sob controle direto da SES, com atuação de servidores concursados. Para ele, o Albert Einstein poderia contribuir como consultor técnico, mas a gestão principal deve ser pública. O parlamentar também questiona a ausência de chamamento público e alertou que a entidade ainda não possui qualificação formal para atuar como OSS em Mato Grosso.
Além disso, Lúdio relembrou experiências passadas com modelos semelhantes, entre 2011 e 2018, que resultaram em serviços precários, vínculos trabalhistas frágeis e altos custos operacionais.
A unidade deve entrar em pleno funcionamento até dezembro deste ano. Com sua ativação, está prevista a desativação da atual Santa Casa e a possível transferência do Hospital São Benedito para a estrutura municipal.
As obras do Hospital Central tiveram início ainda na década de 1980, mas enfrentaram sucessivas paralisações e só foram retomadas definitivamente em 2020. Ao todo, o investimento chega a R$ 513 milhões, incluindo construção, mobiliário e aquisição de equipamentos hospitalares.
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