Após intensos protestos de indígenas que denunciaram a precariedade na assistência médica, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Cuiabá foi exonerado. A medida, anunciada nesta quinta-feira (20), ocorre após diversas denúncias sobre negligência e falta de estrutura no atendimento à saúde dos povos indígenas em Mato Grosso.

Relatos apontam a ausência de medicamentos essenciais, demora no atendimento, falta de transportes e falta de suporte adequado, resultando em casos graves de abandono médico.

A revolta se intensificou após a denúncia de que um indígena em estado crítico não recebeu a devida assistência hospitalar, agravando ainda mais a indignação das lideranças. O caso se somou a outros relatos alarmantes de pacientes que aguardaram dias para serem transferidos para unidades de saúde e de profissionais que trabalham sem condições básicas.

A mobilização resultou na pressão sobre o governo federal e o Ministério da Saúde, culminando na exoneração do então coordenador do DSEI Cuiabá. Apesar da mudança no comando, indígenas e organizações defensoras dos direitos humanos alertam que somente a substituição do coordenador não resolve os problemas estruturais que afetam a saúde indígena.

O Ministério da Saúde ainda não divulgou quem assumirá o comando do DSEI Cuiabá ou quais medidas serão tomadas para sanar as deficiências apontadas. No entanto, fontes do governo indicam que um plano emergencial está sendo discutido para melhorar o atendimento e evitar novas crises.

Enquanto isso, os indígenas prometem continuar mobilizados e manter as cobranças por melhorias estruturais e assistência médica adequada. Líderes da mobilização pedem maior fiscalização e garantias de que as promessas feitas pelas autoridades serão cumpridas, a fim de evitar novas tragédias.